O Web Summit é o maior evento de tecnologia e inovação do mundo, ele conecta CEOs, fundadores, investidores e muitas outras figuras importantes do cenário de negócios que estão remodelando o mundo. No começo de maio, teve a sua primeira edição na América Larina, mais precisamente no Rio de Janeiro, e, claro, nós acompanhamos de perto o evento.
Apesar de um primeiro dia difícil, marcado por muita desorganização, filas grandes e diversos problemas técnicos que dificultaram o entendimento dos pitchs, os problemas problemas logo foram resolvidos e foram quatro dias intensos, com um enorme volume de palestras, painéis e apresentações que geraram muitos insights e trocas de experiência incríveis. Abaixo, um pouco do que aprendemos:
Entre o potencial revolucionário e as preocupações éticas com a IA
Como já era de se esperar, o tema de Inteligência Artificial dominou o evento, com discussões desde o potencial da IA para se tornar a próxima grande revolução após a Internet e os smartphones, como defendeu Ricardo Al Makul, founder e CEO da Kes (Knowledge Exchange Sessions), até questões éticas e sociais relacionadas à sua aplicação.
Houve preocupações, levantadas por nomes como Meredith Whittaker, CEO da Signal e ex-Google, sobre o poder da IA em disseminar inverdades, viés e desinformação, que podem impactar a sociedade como um todo. Apesar disso, há um consenso de que a IA vem para agregar e não para substituir e é indispensável a supervisão e fiscalização humanas para que ela funcione efetivamente.
A IA como aliada nas empresas
No contexto corporativo, a IA tem sido muito utilizada para automatizar processos e aumentar a eficiência operacional. Entretanto, para que a IA seja bem sucedida nas empresas, é preciso que haja uma cultura de dados consolidada, ou seja, que as informações estejam estruturadas, corretas e disponíveis.
Outro ponto importante é entender e reforçar que a IA não vem para substituir o trabalho humano, mas sim para potencializá-lo. Ela tem uma importante capacidade de convergir informações e pode ajudar a aumentar a criatividade e a capacidade humana, assim, os profissionais devem desenvolver novas habilidades para, apoiado na IA, alcançar máximo potencial criativo e estratégico.
Por fim, a utilização da IA no contexto corporativo também traz preocupações éticas e de privacidade. As empresas precisam estabelecer uma governança de dados sólida e se comprometerem a utilizar a IA de forma responsável e transparente.
IA cada vez mais próxima no nosso dia a dia
Transcendendo as questões corporativas, a IA pode ser vista também como uma solução para auxílio pessoal, para melhorar aspectos e resolver problemas cotidianos, como foi abordado na palestra da CMO do Google.
Para que a IA seja efetiva, é preciso que ela tenha um propósito claro e esteja direcionada a resolver problemas específicos e relevantes. Além disso, é importante garantir que ela esteja disponível para todos, sem criar novas barreiras ou desigualdades. A tecnologia não deve ser um privilégio apenas para alguns, isso exige um esforço coletivo para garantir que as soluções de IA sejam desenvolvidas e disponibilizadas de forma ética e inclusiva.
Tecnologia impulsionando o mercado financeiro
A palestra do CEO e founder do Nubank, David Vélez, destacou a importância do uso intensivo de tecnologia para democratizar o acesso a serviços bancários no Brasil. Há 10 anos, os 5 maiores bancos detinham 85% do mercado, agora têm pouco mais de 70%.
Vélez enfatizou que a Inteligência Artificial vai promover um avanço ainda mais intenso nesse mercado, dividindo-o entre bancos digitais e os “dinossauros”.
A tendência é que a tecnologia continue a impulsionar a melhoria das experiências do usuário, permitindo maior personalização e praticidade na jornada. Além disso, é esperado que haja um crescimento da oferta de soluções financeiras por meio de plataformas integradas, que unam diferentes serviços em um só lugar.
A pandemia acelerou a adoção de soluções digitais no setor financeiro e abriu espaço para inovações, mas também, como em outros setores, trouxe a necessidade de reforçar a segurança dos dados e a transparência nas práticas de governança.
Live Shopping: a tendência de compra interativa e personalizada
Cada vez mais os consumidores estão buscando uma experiência de compra interativa e personalizada, e o Live Shopping, que ganhou força durante a pandemia e ainda se mantém crescente, surge como uma resposta a essa demanda.
Esse formato permite que as marcas se conectem com seus clientes em tempo real e de forma personalizada, apresentando produtos, tirando dúvidas e oferecendo promoções de forma dinâmica e envolvente.
Na POP, já temos a solução POP UP disponível para os nossos clientes, que podem aproveitar essa inovação para impulsionar as vendas e melhorar a experiência de compra dos seus consumidores com atendimento personalizado em tempo real a qualquer momento e em qualquer lugar.
Olhar para pessoas é essencial
Falou-se muito também sobre diversidade e inclusão. Segundo Kelly Burton, CEO da Black Innovation Alliance, e Paula Englert, CEO da Box 1824, locais de trabalho diversos e inclusivos deixam de ser tendência e passam a ser obrigatórios para empresas que querem sobreviver no mercado. É preciso, cada vez mais, dar visibilidade para essas pautas nos diferentes contextos dentro das empresas.
A preocupação em oferecer o melhor ambiente de trabalho cresce à mesma medida em que empresas procuram profissionais cada vez mais especializados e com habilidades que atendam às novas demandas, como olhar voltado para tecnologia e dados.
No entanto, para fomentar esses profissionais, é preciso que a sociedade olhe cuidadosamente para a educação. Esse foi um ponto muito discutido no evento: como a educação é o motor de transformação no Brasil e na América Latina e como a tecnologia é fator crucial para democratizar acesso ao conhecimento e equalizar oportunidades.
O que podemos fazer pelo futuro?
A tecnologia tem aberto muitas possibilidades, mas, para garantir um futuro em que possamos aproveitar todas elas, é preciso cuidar do meio ambiente agora e mudar nossa forma de viver. O apresentador Luciano Huck levou Txai Suruí para o palco do Web Summit Rio, uma jovem líder indígena, ativista pela preservação da Amazônia e porta-voz na COP-26 e COP-27.
De forma muito marcante, a discussão trouxe a importância da defesa do meio ambiente, preservação dos elementos naturais, valorização dos povos originários, o combate às mudanças climáticas, que é um dos principais problemas da atualidade, e como podemos usar conhecimento ancestral e tecnologia aliados para isso.
O básico bem feito para seguir firme no momentos de incertezas
Em meio a tantas mudanças, o painel “Navegando seu negócio em momento de incertezas” enfatizou que o momento de dinheiro abundante vai demorar para voltar. Agora, as empresas devem se voltar para o core business e fazer o básico bem feito.
Daniel Scandian, CEO e fundador da Madeira Madeira, destacou a importância de olhar para os processos e buscar eficiência, pois o crescimento acelerado costuma gerar muitas lacunas e oportunidades, e a hora é de corrigi-las para ter uma empresa equilibrada e com o financeiro em ordem.
Ainda num momento de olhar mais atento aos processos, Eduardo Peixoto, CEO do Cesar, Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, trouxe para nós o conceito de ambidestria organizacional, em que os executivos devem ter a habilidade de pensar o core ao mesmo tempo em que buscam a inovação.
Combinar a busca por eficiência, redução do desperdício e produtividade no que já fazem é aceitar mais risco, é estar disposto a errar e aprender no que tange a inovar.
Outro ponto abordado foi que as empresas devem se posicionar e ter bem definido um propósito. Gina Gotthill, COO da Latitud destacou que, para obter sucesso, um produto ou empresa deve resolver problemas complexos para grandes mercados, e isso exige soluções diferenciadas, nas quais a inovação e tecnologia podem ser grandes aliadas.
O Web Summit Rio foi um evento incrível, pudemos conhecer pessoas inspiradoras de diferentes partes do mundo para discutir ideias e soluções para os desafios atuais. Ficou bem claro que a tecnologia tem o poder de transformar vidas e de criar um futuro melhor para todos nós.
Mais do que isso, também ficou evidente que as empresas têm uma grande responsabilidade social e podem se engajar em discussões importantes para ajudar a construir um mundo mais justo e sustentável. Claro, essas pautas já fazem parte dos pilares da POP e nós seguimos com olhar atento para dados, tecnologia, pessoas e meio ambiente, para gerar valor para as marcas e entregar experiências que contribuam com um mundo melhor.